Imagine uma casa cujos móveis e eletrodomésticos cumprissem não apenas as funções originais a que se propõem, mas que também mantivessem-na “viva”, funcionando. Peças capazes de produzir energia e iluminação, reciclar o lixo, preservar os alimentos, facilitar a limpeza e ainda tornar a vida de seus moradores mais saudável. Parece papo de cientista louco, mas essa foi a premissa de um projeto apresentado durante a Dutch Design Week (que tomou conta da cidade holandesa de Eindhoven no final de outubro) que deu o que falar entre designers e arquitetos.

Para lá de experimental, o trabalho já chama a atenção pelo nome: Casa Microbiana, assim intitulado pois tenta reproduzir um ecossistema autossuficiente similar ao de muitos microrganismos. Na prática, trata-se de um sistema ecológico que se propõe a reunir soluções para o problema do consumo (e do desperdício) de energia.

Criado pela equipe de design da Philips, o projeto tem como um dos princípios centrais a transformação do lixo e do esgoto produzidos dentro de uma casa comum em energia. Como um organismo vivo, o conjunto de mecanismos realiza ciclos entre diferentes ambientes, resolvendo uma série de questões comuns no cotidiano doméstico.

É o caso do biodigestor instalado na cozinha. Não só ele cumpre todas as funções de fogão e pia, como ainda transforma os resíduos sólidos do banheiro e o lixo orgânico em gás metano – que por sua vez vira combustível para o fogão e a calefação.

Outras soluções são igualmente surpreendentes. Há uma colmeia pensada para preservar a população de abelhas do mundo (que vem caindo), onde se produz mel sem colocar em risco quem a manipula. Ou a despensa para alimentos frescos, cuja temperatura é mantida em um nível ideal graças a um sistema que inclui circulação de água e ar pelas superfícies frias da cozinha.

Tudo é ainda muito conceitual. Mas são de projetos deste tipo que surgem, no futuro, as ideias que podem revolucionar o jeito como vivemos e lidamos com nossas casas, visando um melhor aproveitamento dos recursos naturais.

 

Fonte: http://casavogue.globo.com

 

A casa do futuro pode ser sustentável?